domingo, 24 de fevereiro de 2008

Exposição fotográfica - Primeira edição do Troféu Olívio Lamas de Fotojornalismo

A exposição que traz 19 fotos finalistas da primeira edição do Troféu Olívio Lamas de Fotojornalismo, e outras 20 imagens do acervo do homenageado, vai até o dia 29/02, no hall da Faculdade Estácio de Sá-SC, vale a pena conferir.

Os três primeiros lugares ficaram com Hermes Bezerra (Diário Catarinense), Rubens Flores (Diário do Litoral) e Júlio Cavalheiro (Diário Catarinense).

A foto vencedora, "Limite do Desespero" do repórter fotográfico do Diário Catarinense Hermes Bezerra, gerou polêmica e foi tema de debate no auditório da Aemflo-CDL na última sexta-feira, dia 22/02. "A foto que não saiu: debate sobre jornalismo e suicídio"

Estavam presentes a professora de fotojornalismo da Estácio de Sá Cristiane Fontinha Miranda que mediou o debate, o vencedor do troféu Hermes Bezerra, a psicanalista Maria Leite, o gerente de jornalismo da RBS TV Anselmo Prada e o editor do Jornal de Barreiros Orestes de Araújo.

Bezerra relatou como aconteceu a foto que retratou um momento de extremo desespero humano, em que um homem nu se joga para a morte do 4o andar de um prédio, no Uruguai.

Anselmo Prada diz que,"o assunto suicídio sempre gera uma discução maior na redação. É preciso usar o bom senso na maneira de noticiar a informação e o fato do conteúdo não levar a uma mudança social sempre tende para o lado sensacionalista".

É difícil medir os impactos da divulgação deste tipo de informação pela mídia, dependeria de um amplo estudo do comportamento humano e da mente. Segundo a psicanalista Maria Leite, "a escolha da divulgação parece uma escolha moral pois quem vai receber a notícia é quem fica, a família, que busca desesperadamente dar sentido a este ato que é cercado de silêncio". Concorda com a divulgação do suicídio "ideológico" em que um se sacrifica pelo bem de todos, mas destaca que, "banalização do ato geraria a reprodução do procedimento".

Um comentário:

Anônimo disse...

Os jornais e veículos de comunicaçaõ estão cada vez mais voltados ao sensacionalismo, mesmo as custas do sofrimento alheio. Sem tirar o mérito do ganhador do prêmio, pela oportunidade, qualidade de foto, qualificação profissional, etc, fato é que fotos comprovantes de acontecimentos degradantes à nossa sociedade, como é o caso do suicídio, jamais deveriam ser premiados e ganhar publicidade, sobretudo como ganhador de um concurso de fotojornalismo. Difício seria dar o premio a foto de um filho beijando a face do avô (pois isso não vende e não da repercussão e percentuais de audiência). Creioi que Olívio Lamas merecia uma homenagem mais significativa.
Marcos Verzola